4 de jul. de 2009

Golpe de Estado em Honduras

Caio Blinder, aqui, aponta o que seria, na cabeça dele, uma hipocrisia: por que a comunidade internacional, que repudia o golpe de Estado sofrido por Manoel Zelaya (na foto) em Honduras, paralelamente fecha os olhos à "ditadura" cubana? No mesmo texto, equipara Fidel a Muamar Kadafi, numa análise rasa como um pires.

Esse simplismo, comumente encontrado na mídia, tem duas origens: ou é fruto de má-fé ou de ignorância. Em um caso e outro, igualmente deletério. A ignorância é perdoável, a má-fé não; principalmente quando sabemos que a direita é inescrupulosa quando se trata de empurrar seus conceitos goela abaixo.

Em Cuba, deu-se uma revolução popular que derrubou uma ditadura financiada pelos ianques. Em Honduras, deu-se um golpe de Estado que derrubou um presidente eleito constitucionalmente.

Só ignorância, como dito, para equiparar os dois momentos históricos. Ou má-fé.

O que ocorre é que a direita latinoamericana, desde fins dos anos 90, tem estado assustada com o ascenso progressista que varreu o continente. Esse mesmo golpe de Estado concretizado em Honduras foi tentado, anos atrás, na Venezuela e, mais recentemente, na Bolívia. Obtiveram êxito em Honduras, naturalmente com apoio, camuflado, dos ianques, por mais que bradem pelo retorno da legalidade.

Tanto na Venezuela quanto na Bolívia o movimento popular impediu o golpismo da direita. É preciso, pois, que as massas hondurenhas também saibam impor sua vontade, contra aquilo que há de mais atrasado no continente.

Sobre o assunto, e bem melhor que Caio Blinder: Honduras, a futilidade do golpe.

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