22 de mai. de 2009

Religião, doença infantil da religiosidade

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Roger Garaudy fala do integrismo, como sendo a pretensão de possuir a verdade absoluta. Para Garaudy, o islamismo é a versão integrista do islã, assim como, na política, o esquerdismo (o famoso "complexo de vestal") é a doença infantil do comunismo, na expressão de Lênin. Pois bem, digo com todas as letras: a religião é a doença infantil da religiosidade.

A religião aprisiona o espírito em um conjunto cerrado de conceitos, de dogmas, de fundamentos (fundamentalismo?). Religião é a ortodoxia, é a visão única, é o maniqueísmo ("ou está conosco ou não está"), o reducionismo- enfim, tudo o que a religiosidade
não é.

Não é um fenômeno atinente a uma crença específica. Os muçulmanos, coitados, tão associados ao fundamentalismo, no passado foram um exemplo de tolerância; mas é claro que o mundo muçulmano é repleto de integrismo. Assim como entre os cristãos (não é preciso retroceder à inquisição católica do passado, basta que lembremos, bem recentemente mesmo, o caso do centro umbandista depredado por membros de uma igreja evangélica no Catete, Rio de Janeiro) e entre budistas, e hindus, etc. etc.
ad nauseam. É sintomático, para utilizarmos como exemplo um fenômeno atual, o Orkut, que umas das maiores demonstrações de intolerância eu tenha presenciado em comunidades de teor religioso. Baixarias, guerra de egos, donos da verdade, irreverência pouco sadia, todo um cabedal de comportamentos nada, hum, religiosos.

5 de mai. de 2009

Individualismo e Socialismo

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Leio a "Alma do Homem sob o Socialismo" rabiscando, entusiasmado, as partes que me chamam a atenção. Ou seja, quase tudo. Oscar Wilde gosta de falar no Individualismo. Curioso que esse conceito, individualismo, se mal compreendido pode levar às construções liberais/ iluministas do final do século XVIII, que redundam no egoísmo e na competição. Mas o Individualismo aqui tratado é outro: o respeito aos traços pessoais, próprios a cada indivíduo, que só podem ser devidamente respeitados na forma de produção socialista. Pois é de lamentar, diz Wilde, que a sociedade construída com base na sociedade privada "force o homem a uma rotina que o impede de desenvolver livremente o que nele há de maravilhoso, fascinante e agradável". Assim, a "admissão da propriedade privada, de fato, prejudicou o Individualismo e o obscureceu ao confundir um homem com o que ele possui". Apenas no socialismo se consertará tal estado de coisas; o socialismo nos levará ao Individualismo. No original: "Socialism itself will be of value simply because it will lead to Individualism. Socialism, Communism, or whatever one chooses to call it, by converting private property into public wealth, and substituting co-operation for competition, will restore society to its proper condition of a thoroughly healthy organism, and insure the material wellbeing of each member of the community. It will, in fact, give Life its proper basis and its proper environment. But for the full development of Life to its highest mode of perfection, something more is needed. What is needed is Individualism".