A imagem que erroneamente nos é imposta de Henry David Thoreau é a de um misantropo, um ermitão, avesso a qualquer contato humano. Ao ler o "Rebelde de Concord", biografia escrita por August Derleth, essa imagem se desfaz: temos um homem culto, dotado de boas relações (amigo pessoal de Emerson!) e que ganhava a vida como palestrante. Inimigo das instituições criadas pelo homem, mas não do próprio. E, por ser inimigo de tais instituições, optou por viver em um reino à parte.
Como não compreender Thoreau? Como não considerar como mais intensa, mais viva, mais -em uma palavra- verdadeira a vida em uma cabana de bosque, às margens de um lago? Por que optar por esse ideal bucólico soa estranho? Thoreau quer ser deixado em paz. Tributos, leis, eleições, um emprego, governantes, isso tudo soa estranho aos seus ouvidos.