4 de out. de 2007

Che Guevara, ou o Homem Novo

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É impressionante o quanto os ideais cristãos e comunistas andam juntos. O cristianismo, sabemos, preconiza um homem despido de apegos materiais, abnegado, prestativo, e todas aquelas virtudes que encontramos no belo Sermão da Montanha. O comunismo, por sua vez, pressupõe exatamente um homem desapegado, abnegado e prestativo. E com uma vantagem sobre o cristianismo: o homem comunista toma as rédeas de sua vida aqui e agora, ao invés de protelar a libertação para um futuro incerto.

Com efeito, o que dizer de um sistema de produção baseado na cooperação e na associação, onde a cada um deve ser dado de acordo com sua necessidade e pedido de acordo com sua capacidade? Para os cínicos, é utopia. Para os pessimistas, o ser humano nunca chegará a esse ponto. Para aqueles satisfeitos com atual sistema -uma minoria- é um "absurdo".

31 de jul. de 2007

Direito Romano e materialismo histórico

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O Direito Romano é sempre uma atual fonte de referência. Qualquer noviço na ciência jurídica sabe que muito das atuais instituições tem origem nos primórdios romanos, apesar de uma certa -e inexplicável- resistência ao seu estudo, o que leva Sílvio Venosa, no seu "Direito Civil", a dedicar uma seção justificando a importância do "exame profundo do Direito Romano", por quem "almeja uma cultura jurídica superior".

Bem, podemos ver aqui uma lição elementar de marxismo, que explica a razão do Direito Romano ser fonte dos direitos ocidentais muito depois de seu ocaso.

Ora, as idéias dominantes de uma época são as idéias da classe dominante, é a fala clássica de Marx e Engels em "A Ideologia Alemã". Sabemos que as sociedades têm como base as relações econômicas, por sobre as quais se erigem os fenômenos de superestrutura: religião, artes, filosofia...e direito.

8 de abr. de 2007

Da questão ambiental

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As previsões são ruins. O que os jornais nos trazem são notícias de desintegração planetária, lenta e imperceptível, no início, mas que atingirá o paroxismo num decurso de poucas dezenas de décadas. Nossos filhos ou os filhos de nossos filhos herdarão um planeta diferente, árido, inóspito, macabro, cruel, raivoso, fedendo a ácido sulfúrico misturado a enxofre. Algo como um cenário de ficção científica nada otimista. Com a diferença, naturalmente, de que a ficção passará longe.

A depredação do meio ambiente pelo Homem é decorrente do próprio incremento da técnica. Dominar o meio, coisa que os ancestrais fizeram, pressupõe adaptá-lo, alterá-lo, enfim, colocar um rumo estranho àquilo que a natureza faria a seu modo. É inevitável, mas é preciso- a sobrevivência da espécie depende disso. Mas algo de pequena escala irá se agravar conforme a técnica aumente; e ei-nos em plena Revolução Industrial, e o carvão começa a poluir os ares.