O espírito humano é indomável- mas está subordinado às condições materiais em voga. Não se trata de diminuir o ser humano, como poderia equivocadamente parecer, mas de compreender que, imersos num mundo material como estamos, não podemos fugir à própria natureza. Para ter condições de filosofar, afinal, é preciso antes de tudo ter condições de vida, ou, simplificando, antes de filosofar é preciso comer. Daí Marx e Engels, no "Ideologia alemã", explicarem: "A vida não é determinada pela consciência, mas esta pela vida", ou, antes: "A produção de idéias, de concepções, de consciência, é a princípio diretamente entrelaçada com a atividade material".
Saint- Exupéry, no "Terra dos homens", narra uma passagem emblemática: em uma viagem de trem, pela Europa, ele observa famílias de imigrantes poloneses. Um casal chama sua atenção: dormem, tendo entre eles uma criança, tão bela que Exupéry enxerga nela "Mozart menino". O menino parece um artista- encontrando condições adequadas, poderia desabrochar suas potencialidades, tal como um novo Mozart. Exupéry faz uma analogia: quando no jardim nasce um flor especial, ela é isolada pelos jardineiros, cuidada com carinho, enfim, recebe condições para que possa se desenvolver. Mas o próprio autor reconhece que "não há jardineiros de homens", para concluir, melancolicamente, que o "Mozart menino" estava condenado. Seguindo o destino de seus pais, encerraria seus dias como os demais operários, jogados à miséria e à ignorância.
Saint- Exupéry, no "Terra dos homens", narra uma passagem emblemática: em uma viagem de trem, pela Europa, ele observa famílias de imigrantes poloneses. Um casal chama sua atenção: dormem, tendo entre eles uma criança, tão bela que Exupéry enxerga nela "Mozart menino". O menino parece um artista- encontrando condições adequadas, poderia desabrochar suas potencialidades, tal como um novo Mozart. Exupéry faz uma analogia: quando no jardim nasce um flor especial, ela é isolada pelos jardineiros, cuidada com carinho, enfim, recebe condições para que possa se desenvolver. Mas o próprio autor reconhece que "não há jardineiros de homens", para concluir, melancolicamente, que o "Mozart menino" estava condenado. Seguindo o destino de seus pais, encerraria seus dias como os demais operários, jogados à miséria e à ignorância.