23 de jan. de 2009

Battisti e crimes políticos

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Algumas considerações sobre o status de asilado político, concedido a Cesare Battisti pelo governo brasileiro. A Itália tem protestado contra tal medida, sob o argumento de que Battisti foi condenado não pelas suas idéias (era membro de um grupo de esquerda nos anos 70, acusado de terrorismo), mas sim pelos seus atos- foi julgado por assassinato pela Justiça italiana, cometido no período de militância.

O tema aqui tratado é o chamado "crime político", que possui duas espécies. O crime político próprio é o de opinião- aquele que causa ameaça à ordem institucional, ao sistema vigente. O impróprio é aquele que consiste em crime de natureza comum, mas com conotação, com pano de fundo, político/ ideológico. É o caso de assaltar um banco, por exemplo, para obter fundos para determinado grupo político. Ou nas palavras de Delmanto¹: os crimes políticos próprios "somente lesam ou põem em risco a organização política", ao passo que os impróprios "também ofendem outros interesses além da organização política".

19 de jan. de 2009

Ainda, e ainda, o drama palestino

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Pão, pães, é questão de opiniães, como diria Guimarães Rosa. Sendo a sociedade composta das mais diversas correntes -no campo político, um largo espectro que vai do fascismo na ultradireita ao esquerdismo infantil- é natural que, sobre a questão Palestina, surjam as mais variadas opiniões. Assim, há quem considere, por exemplo, os palestinos em geral, e o Hamas em particular, os culpados pelo banho de sangue dos últimos dias na Faixa de Gaza.

É compreensível que existam opiniões díspares sobre o assunto, portanto. Mas, algumas são tão infundadas, tão absurdas -não há expressão melhor- que levantam dúvida sobre a própria mentalidade e caráter de quem levanta tais opiniões, e colocam a tarja de "cuidado, atenção!" sobre elas. Cuidado para não ser tapeado. Para não cair na lorota. Para não se deixar lobotomizar pela ofensiva midiática que, sabemos, só apresenta um viés dos fatos.