Está escrito, em algum lugar do Novo Testamento, que uma casa dividida não pode subsistir. É quando acusam Jesus de expulsar demônios em nome do próprio Cão. Jesus retruca, logicamente: como poderia eu ser um demônio e ao mesmo tempo expulsar meus irmãos? Não faria sentido. Seria uma casa dividida, a dos demônios. Uns contra os outros. Dessa forma, se enfraquecem, e a casa cai. E isso naturalmente vale para tudo na vida: nenhum organismo, nenhuma organização, nenhuma família pode viver eternamente em pé-de-guerra. Isso necessariamente acabará mal, cedo ou tarde. E entre mortos e feridos salve-se quem puder.
A metáfora bíblica é pertinente para analisarmos um tipo peculiar de partido político, que age em regra exatamente como facções de demônios brigando entre si. Refiro-me ao famigerado formato de "partido de tendências", do qual é (ou era, com a debandada dos dissidentes) exemplo o PT, no Brasil. Outro exemplo temos no PSOL, partido que, justamente composto de tendências saídas do PT, veio para o campo da esquerda quando aquele já se mostrava irremediavelmente degenerado. Ocorre que o PSOL também caminha, passos largos, para a degeneração.