8 de abr. de 2007

Da questão ambiental

As previsões são ruins. O que os jornais nos trazem são notícias de desintegração planetária, lenta e imperceptível, no início, mas que atingirá o paroxismo num decurso de poucas dezenas de décadas. Nossos filhos ou os filhos de nossos filhos herdarão um planeta diferente, árido, inóspito, macabro, cruel, raivoso, fedendo a ácido sulfúrico misturado a enxofre. Algo como um cenário de ficção científica nada otimista. Com a diferença, naturalmente, de que a ficção passará longe.

A depredação do meio ambiente pelo Homem é decorrente do próprio incremento da técnica. Dominar o meio, coisa que os ancestrais fizeram, pressupõe adaptá-lo, alterá-lo, enfim, colocar um rumo estranho àquilo que a natureza faria a seu modo. É inevitável, mas é preciso- a sobrevivência da espécie depende disso. Mas algo de pequena escala irá se agravar conforme a técnica aumente; e ei-nos em plena Revolução Industrial, e o carvão começa a poluir os ares.

O implemento da técnica seguiu a própria evolução da forma de produção capitalista, em um ritmo vertiginoso. A degradação do meio também deve, em conseqüência, ser atribuído à mesma. Não pela evolução tecnológica -que deve se estimulada e almejada- mas pela forma que essa evolução adotou, a lei da selva velha conhecida, a competição de todos contra todos. Por que visão a longo prazo, se há acionistas a satisfazer? É preciso ir melhor que a concorrência. É preciso lucro a qualquer custo- e não é por outra razão que os lobbies empresariais estadunidenses levaram à não-assinatura do Protocolo de Kyoto.

O capitalismo leva à nossa extinção. Talvez não seja tarde para um despertar, mas uma mudança na relação com o meio passa necessariamente pela mudança do sistema de produção- do sistema competitivo para o cooperativo, onde o elemento impulsionador do avanço científico não seja o lucro a todo custo mas o bem-estar coletivo.

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