26 de out. de 2009

O lar que ninguém cuida

Não é preciso que alguém nos mande cuidar de nossa casa. É uma preocupação natural: nosso teto, nossas coisas, tudo isso desperta nossa atenção e velamos por elas. Curioso é que esse cuidado evidente desapareça em escala macro. Afinal, o planeta Terra nada mais é -sem pieguismo- que o gigantesco lar da humanidade e, como lar que é, faz jus ao devido cuidado. O mesmo cuidado que temos para com nossos tetos do cotidiano.

Já falei disso em outra postagem: o incremento da técnica trouxe consigo o dano ao meio ambiente. A luta pela sobrevivência leva necessariamente à atuação sobre o mundo, em escala progressiva conforme o ser humano se desenvolva. Mas o que era necessário no passado, se converte em supérfluo hoje- se a luta era por sobrevivência, há muito o lucro como meta é o que dirige a depredação.

Hoje, já no século XXI, o nível de agressão ambiental me parece perto do limite. Do limite do planeta. Um modelo de crescimento como o da China (a maior emissora de CO², como se vê aqui e aqui), por exemplo, é insustentável. Crescimento só é crescimento se respeitar o planeta. Não pode haver formato sustentável se não for a longo prazo, garantindo às gerações futuras um meio ambiente saudável. Esse enfoque, contudo, não pertence à lógica capitalista, que busca o lucro pelo lucro. É preciso portanto uma nova lógica.

*

Evidenciando a necessidade de mudança da lógica, em dezembro os senhores do mundo se reunirão na Convenção do Clima de Copenhague. Mas pouco avanço deve ser obtido- afinal, o setor ligado ao grande capital não aceita regras.

4 comentários:

  1. O futuro do planeta depende de ‘cada um de nós’, é preciso sim pensar na geração futura, e assegurar um mundo equilibrado e próspero. Vc citou em especial que a tecnologia que vem danificando o meio ambiente, concordo, mas reforço que não é ‘só’ pela evolução e criação, mas pela forma desregrada que fazem uso da mesma. A forma de “cada um de nós” ajudar o planeta é a economia que podemos fazer da energia, água sem desperdício, e tantas outras que muitas pessoas nem se importam. Concordo que há um exagero na tecnologia, consumismo descontrolado, parece não ter fim tanta criação, o que é moderno hoje, em 1 ano passa ser arcaico, não há ser humano que dá conta,não há bolso que sustente, não há planeta que aguente!. Parabéns! Belo discurso.

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  2. Você tem razão, sobre a necessidade de economia. Esquecemos isso, mas os recursos do planeta são finitos. No ritmo das últimas décadas, o futuro (caso haja, pessimismo à parte) não será dos melhores

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  3. A grande maioria das pessoas não pensa que uma ação sua por mais "boba" que pareça vai afetar o planeta. Exemplo: jogar lixo no meio da rua. Sempre vejo isso ocorrer, quase ninguém para pra pensar que como você mesmo disse, cada um tem que fazer sua parte. Não adianta esperar o outro. Sobre essa questão de desenvolvimento sustentável e diminuição de gases poluentes, acaba que só os países menos desenvolvidos entram. Os EUA e tantos outros que se sentem os donos do mundo não estão nem aí. É uma pena que não são só eles que sofrem as consequências.

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  4. Concordo plenamente, Emanuella. Até ações em pequena escala (cuidado com o lixo doméstico, separar lixo pra reciclagem, reaproveitar papel etc.), feitas no nosso cotidiamos, são salutares. O planeta agradece.

    Este texto também fala da Convenção de Copenhage: http://migre.me/cR3v

    O interessante é que nele é dito, "é essencial que esse acordo não seja uma mera "declaração política", mas fixe os objetivos concretos ". Exatamente: não adianta retórica e politicagem. O meio ambiente precisa de medidas práticas.

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