23 de set. de 2008

Versos de biblioteca

0 comentários
Enquanto esperamos os livros, vem um certo tédio. A ansiedade pelo estudo, de um lado, e a monotonia da espera, de outro. Daí, aproveitando o silêncio, é possível que a musa cante despretensiosamente:

Silêncio
Zumbido chiado ar-condicionado
Vento que entra
Mulata ao lado
Que desconcerta
O Aliomar Baleeiro
Que fica
De lado.

14 de set. de 2008

A cidade e o fim de semana

0 comentários
Sábado à noite
Saio pela porta e passo a chave. A rua está escura: o poste está queimado. Aquela semi-escuridão, pontilhada pelas luzes das casas e faróis que passam, dá à rua a aparência de um conto de fadas. A rua Paula Mattos, em Santa Tereza, esta noite tem um ar de vila do Senhor dos Anéis.

Domingo de manhã
Leio em determinado jornal (daqueles de direita, mas qual não é, meu Deus?) simpática crônica de um artista angolano sobre o bairro das Laranjeiras. Fala da Rua Alice, da General Glicério, da Rua das Laranjeiras...E só. Ora, qualquer crônica sobre Laranjeiras, que não cite o Fluminense Football Club...É defeituosa, falha, incompleta.

11 de set. de 2008

Índios e revoluções

0 comentários
Alguns meses atrás, em entrevista à Carta Capital, Evo Morales, ao falar de seus adversários políticos, dizia que "eles não toleram que um índio faça a revolução social". Eles, isto é, a direita boliviana americanizada. Hoje, quando já morreram oito pessoas em confrontos e o embaixador ianque foi devidamente expulso, quando a Bolívia está prestes a entrar em guerra civil, nós vemos até onde eles chegaram para impedir a revolução social.

Os ingênuos, ou cínicos, não percebem (ou fingem não perceber, no caso desses últimos) que há no mundo, em geral, e no continente, em especial, algo como uma força maléfica, sobrenatural, que irá se erguer a qualquer sinal de mudança. A força maléfica não admite progresso; não admite emancipação; não admite que se erga sobre os pés e que se caminhe livremente. Fará tudo, ao contrário, para manter o status quo, a dominação, o preconceito, a alienação.