30 de dez. de 2008

Sobre campos de tortura

Leio, também no "O Globo", em 24/ 12, entrevista com Murat Kurnaz, cidadão alemão de origem turca preso durante cinco anos em Guantánamo, por suspeita de terrorismo. Sim, "suspeita", não-comprovada, que resultou em sua libertação, após batalhas legais diante dos EUA e da Alemanha, que havia se recusado a recebê-lo.

É uma pequena amostra do horror que se passa nas prisões ianques, antes, em Abu Ghraib, e ainda hoje, em Guantánamo (que, como se não bastasse, se dá mediante ocupação -ilegal, penso eu, à luz dos princípios elementares de Direito- de parte do território soberano de Cuba). Na pequena entrevista, Kurnaz diz o que não é surpresa: os americanos torturam, compram prisioneiros de mercenários, mantém crianças presas. Todos sob suspeita de terrorismo- sem acusações formais, sem contraditório e ampla defesa, enfim, detenções ao arrepio dos princípios jurídicos mais basilares de qualquer civilização moderna. Mais do que isso: os americanos torturam, inclusive as crianças- de 9, 12 anos.


A entrevista termina com as seguintes palavras de Kurnaz: "Guantánamo não é uma prisão. É um campo de tortura". Sinto-me repetindo o óbvio ao escrever essa postagem- não há nada de novo aqui.

*

E o massacre em Gaza continua (teria cessado?). De um lado, um Estado que é uma potência militar regional, com as costas quentes e detentor do capital- de outro, uma região semi-favelizada, isolada, cercada (literalmente). A expressão "genocídio", mais do que nunca, continua viva.


Moção do Partido Comunista Brasileiro contra o terrorismo de Estado israelense: www.pcb.org.br/moncao.htmJustificar

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