1 de out. de 2010

Falando de blogs

Tenho mantido a média de uma postagem por semana, sempre que der vontade às sextas, nos últimos tempos. Além de permitir uma escrita mais "relaxada" (a pressa é inimiga da perfeição), gosto de pensar no leitor do blog, à vontade em casa, aproveitando o fim de semana para boas leituras. Do blog, inclusive. A sexta-feira para mim, aliás, me remete a relaxamento, a sensação de dever cumprido: passou a semana com seus desafios, agora é relaxar e restaurar baterias. E nada melhor para isso que ler alguma coisa interessante (na medida em que este blog seja interessante).

O tipo de assunto tratado no Elogio da Dialética favorece essa periodicidade maior. Falamos aqui em política e cultura em geral (como coloquei no singelo banner que criei, e disponibilizei na sidebar), de forma "atemporal", sem compromissos com "bombas midiáticas". Não é um blog descartável. Trotsky e Henry Miller, Marx e Bob Marley, são atuais desde sempre, o que não quer dizer que não falemos de atualidades (há a tag "atualidades", bem grandinha já, aliás, de tantos posts relacionados) mas até essas atualidades têm sua cor "permanente", trazem um pano de fundo "permanente".

É diferente do meu blog jurídico, o Juspublicista. Trata de temas jurídicos, e como diariamente (e não é exagero) surgem mais notícias, mais leis, mais posicionamentos dos tribunais, é preciso que tenha uma frequência quase diária, sob pena de não ter pernas para acompanhar as novidades. E um jurista desatualizado é meio-jurista, daí Eduardo Couture dizer, nos "Mandamentos do Advogado":

Estuda. O Direito se transforma constantemente. Se não seguires seus passos, serás a cada dia um pouco menos advogado.

Só que postar diariamente seria difícil- até tentei, mas além de não ter tempo (eu trabalho, afinal), quando se posta diariamente corre-se o risco da "superficialidade". Em prol de um melhor trato dos posts, optei por uma regularidade de três vezes por semana, que me parece o formato ideal. O Juspublicista, como dito, é um blog jurídico, e como tal se insere no contexto profissional da minha vida, de forma que faço dele também uma porta aberta para a monetização.

Quando se faz um blog, portanto, por mais despretensiosos que sejamos acabamos por requerer uma dose de disciplina. O bom cuidado com o blog -regularidade nas postagens, qualidade nos textos, um bom layout- é mostra de respeito para com o leitor, que é afinal a quem se destina esse trabalho todo.

Mas e se ninguém lê nossos blogs?

Ora, mesmo sem audiência, no mínimo quem escreve está fazendo um favor a si mesmo, exercitando a escrita, enriquecendo o vocabulário, a capacidade de raciocínio e argumentação. Nada se perde. E para tornar a coisa ainda mais romântica, lembro a frase de Emerson, "quem escreve para si mesmo escreve para um público eterno".

E é claro que há audiência. Se uma única pessoa aqui aterrisa e se põe a refletir criticamente em razão de um post (inclusive para discordar), se fazemos um único amigo através do blog...Já terá valido a pena.

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Qual o gênero de seu blog? Acho que o Elogio da Dialética é "pessoal-reflexivo" (8), e o Juspublicista, "profissional-reflexivo" (4) ou "profissional-informativo" (3). Clique no link e tente encontrar a "cara" do seu.

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Escrever em blog requer disciplina e é um exercício, mas também é prazeroso. Devo começar (ainda tô em dúvida) um terceiro, para outro tema recorrente em minha vida, o futebol.

8 comentários:

  1. Amigo, concordo com q disse. Uma vez m questionaram sobre o fato d eu visitar muitos e poucos me visitarem. Repondi q ganho muito quando os leio e isso já m bastava. Não q não fico feliz com as visitas e comentários mas meus escritos são muito pessoais, soam mais como desabafos. Como não pratico esportes, descarrego energias falando ou escrevendo. Desde muito tempo minha arma sempre foram as palavras.
    Bjs, bom fim d semana.

    Ah, minha filha leu vários posts, só ainda não sei o q achou.

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  2. Os blogs são uma coisa mesmo interessante. Todos nós podemos abrir o nosso próprio espaço, sem necessidade de nos submetermos a editores, a censura, a mercado. É uma janela para expormos nossas opiniões, e, mesmo que ninguém se interesse por elas, não importa; ainda assim somos beneficiados.

    Eu recomendo: escrevam, e sempre. Vale a pena.

    Espero que sua filha esteja gostando, Vanna ;)

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  3. Olá Tejo, bom dia!

    Esta frase eu ainda não conhecia: “QUEM ESCREVE PARA SI MESMO ESCREVE PARA UM PÚBLICO ETERNO". Gostei! Não é mentira nem egoísmo dizer que escrevemos, ‘primeiramente’, para nós mesmos, afinal são nossas emoções exteriorizadas, e que escritas a partir de nós, ‘posteriormente’, vão para o público externo.

    Consegui identificar meu blog como ‘PESSOAL’ já que: “Trata-se de uma produção individual, não guiada por objetivos e estratégias bem definidos e em consonância com o trabalho do autor. Pelo contrário, as principais motivações que movem o blogueiro são o prazer de expressar-se e interagir com os outros.”

    Sem o meu blog eu leria menos, não teria tanta motivação para escrever, estaria menos atualizada... quem sabe, menos feliz’ rs ;-)... é uma satisfação pessoal!

    Parabéns... posts sempre de muita qualidade.

    Abraços,
    Marli

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  4. E além de ser um veículo para essa exteriorização de emoções (ou seja, só nisso já se justifica escrever um blog), é também uma ferramenta para o diálogo. Como eu digo no último post, sobre Bob Marley- conseguimos aqui fazer um intercâmbio, uma troca muito rica.

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  5. E o blog é um refúgio, aquele local onde vamos depositar nossos pensamentos, onde podemos escrver o que pensamos ,da nossa forma, sem precisar rebuscar, afinal, é o nosso blog. Onde expomos nossa visão do mundo.

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  6. Fiquei com mais vontade de criar um. Não canso de fazer elogios ao "elogia da dialética".

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  7. Mais ideias, sentimentos e informações fluindo: quanto mais melhor. Ia ser bom se todo mundo tivesse um blog.

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  8. Caro Tejo:

    Que postagem linda cara!!! Concordo com você quando diz que escrevemos para os outros e que não devemos ser chatos. E que deveríamos escrever sempre, mesmo que ninguém nos lesse. Eu concordo.

    Escrever faz bem para o próprio escritor como bem demonstrou a revista de divulgação científica Mente & Cérebro: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/quando_o_remedio_e_escrever.html

    Era a época em que eu escrevia para outrem, hoje escrevo para mim mesmo. Pois como disse Nietzsche: Preceito de amor ao póximo: "Ama-te a ti mesmo e todos te amarão".

    E segundo H. L Mencken: "Não há assuntos chatos, mas escritores chatos".

    Abração Tejo e continue a nos brindar com seus textos.

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