30 de jul. de 2009

Marxismo e Religião

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Na "Introdução à Crítica da Filosofica do Direito de Hegel", Marx diz: "A crítica da religião é a premissa de toda crítica". "A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião". A religião é a "teoria geral deste mundo", de modo que a "luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo que tem na religião seu aroma espiritual".

Entendo que uma leitura reducionista leva essa "luta contra religião" ao pé da letra, como se religião fosse NECESSARIAMENTE deletéria. Religião é superestrutura, sabemos; a questão que surge é, portanto, saber se a superestrutura tem caráter independente da base.

Dizer que a religião é "má" é dar à superestrutura, assim, uma natureza "imutável", o que seria justamente uma postura IDEALISTA e não MATERIALISTA DIALÉTICA.

19 de jul. de 2009

O camelô, a Guarda e a arte que foge

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O camelô vende alegria. Não é exagero dizer isso: o que é música, o que são doces, senão alegria? Filmes também são alegria. Não há arte -se for mesmo arte- que não traga alegria. Vender arte é por conseguinte vender alegria. E não importa se essa alegria não é "legalizada". Por acaso é possível regular a alegria? Arte é território isento de normas; uma vez nascida do espírito, voa livre, e é impossível retê-la, cerceá-la, onerá-la. A internet prova isso.

Enquanto o camelô vende alegria, o guarda cassa a alegria. Diz que faz isso por não ser "legal". O guarda é fascista: não quer alegria acessível, nas calçadas da cidade, barata. Três por dez. Não é senão o povo o beneficiado com isso. Não é senão o povo o consumidor dessa alegria. Mas o guarda não quer isso. E bota o camelô pra correr.

14 de jul. de 2009

Reforma eleitoral e leninismo

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Aprovado na Câmara o PL 5498/ 2009, que traz uma série de reformas na legislação eleitoral. Basicamente torna o processo eleitoral mais "macio", no que diz respeito ao uso "amplamente autorizado" (como diz a justificação do projeto) da internet nas campanhas eleitorais (o que seria inevitável cedo ou tarde), por exemplo, e à facilitação nos casos de punições a partidos e candidatos. Facilitou-se tanto que foi mesmo dito (como se vê neste link) que a categoria dos políticos "legislou em causa própria". Pode ser verdade- conhecemos as variadas gamas de interesses que regem as votações de projetos nas casas legislativas. Mas, independente disso, há que se apoiar as mudanças.

10 de jul. de 2009

Minha visão de Deus

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Deus para mim é um homem azul, exímio arqueiro, exilado na floresta com o irmão e a esposa. É um deus que não conhece a própria divindade; é preciso que o lembrem, para então ouvirem dele, "sou apenas um mortal, da linhagem de Raghu". Não, sóis Deus- se o mundo existe é por vossa causa. Acontece é que, para restabelecer a unidade, encarnais ciclicamente entre os mortais.

Esse deus é humilde: beija os pés de quem quer que mereça. Querendo a paz mas apto para a guerra, não mede conseqüências para preservar sua honra. Enfrenta um exército de demônios para resgatar a esposa- atravessa o próprio mar para isso.

É um deus capaz de despertar um amor tão sublime, que o arquétipo do devoto ideal é justamente seu seguidor: vive literalmente em seu coração e, por seu amor, o devoto é capaz de cruzar os oceanos, em um único salto.

4 de jul. de 2009

Golpe de Estado em Honduras

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Caio Blinder, aqui, aponta o que seria, na cabeça dele, uma hipocrisia: por que a comunidade internacional, que repudia o golpe de Estado sofrido por Manoel Zelaya (na foto) em Honduras, paralelamente fecha os olhos à "ditadura" cubana? No mesmo texto, equipara Fidel a Muamar Kadafi, numa análise rasa como um pires.

Esse simplismo, comumente encontrado na mídia, tem duas origens: ou é fruto de má-fé ou de ignorância. Em um caso e outro, igualmente deletério. A ignorância é perdoável, a má-fé não; principalmente quando sabemos que a direita é inescrupulosa quando se trata de empurrar seus conceitos goela abaixo.

Em Cuba, deu-se uma revolução popular que derrubou uma ditadura financiada pelos ianques. Em Honduras, deu-se um golpe de Estado que derrubou um presidente eleito constitucionalmente.