Indo para o trabalho, desenrolo os fios do tocador de MP3. Posiciono os fones no ouvido e, sob o sol, reparo que o aparelho não liga: acabaram-se as pilhas. Silêncio. Nada de música. Frustração? "Bobagem", pensei, "quanto não canta o aparelho, canto eu". E pus-me a cantarolar mentalmente.
*
A história, de Ikyyu (monge zen), é a seguinte. Reproduzo-a do "Textos budistas e zen-budistas", de Ricardo Gonçalves, ed. Cultrix:
"Certa tarde de outono, o Mestre Ikyyu vagueava pelos campos, levando consigo uma flauta de bambu. Um eremita, ao vê-lo, perguntou-lhe:
- Quem és tu?
- Sou um peregrino que segue para onde sopra o vento.
Tencionando pô-lo em apuros, o eremita perguntou:
- E quando o vento não sopra?
- Então sopro eu - respondeu Ikyyu começando a soprar em sua flauta".
- Sou um peregrino que segue para onde sopra o vento.
Tencionando pô-lo em apuros, o eremita perguntou:
- E quando o vento não sopra?
- Então sopro eu - respondeu Ikyyu começando a soprar em sua flauta".
Eu acho interessante a transposição do particular para o universal.
ResponderExcluirRealmente a dialética é extremamente didática.